Parte 1 - Situação do fim
1. Vivemos no final de um ciclo histórico. Todos os processos que constituem o sentido da história chegaram a um impasse lógico.
O fim do capitalismo: O desenvolvimento do capitalismo chegou ao seu limite natural. Há somente uma coisa deixada para o sistema econômico mundial – entrar em colapso no abismo. Baseado em um aumento progressivo das instituições puramente financeiras, bancos em primeiro lugar e, em seguida, estruturas de ações mais complexas e sofisticadas, o sistema do capitalismo moderno, completamente divorciado da realidade, a partir do equilíbrio da oferta e da procura, a partir de relação de produção e consumo, a partir da conexão com uma vida real. Toda a riqueza do mundo está nas mãos da oligarquia financeira mundial através das manipulações complicadas com a construção de pirâmides financeiras. Essa oligarquia desvalorizou não somente o trabalho, mas também o capital ligado ao mercado fundamental, garantiu uma renda financeira e todas as outras forças econômicas entraram em cativeiro para essa elite ultraliberal impessoal e transnacional.
Parte 2 - A imagem do mundo normal
1. É nos dito (através da hipnose e propaganda) que "não pode ser" de outra forma (do que é agora). Ou que qualquer alternativa seria "ainda pior". Essa melodia familiar diz que "a democracia tem muitos defeitos, mas todos os outros regimes políticos são muito piores, é melhor tolerar o que já está". Isso é mentira e propaganda política. O mundo em que vivemos, é inaceitável, intolerável, levando-nos à morte inevitável e encontrar uma alternativa para isso é uma condição de sobrevivência. Se não derrubarmos o status quo, não mudarmos o curso do desenvolvimento da civilização, não privarmos do poder, não destruirmos a oligarquia mundial como um sistema e como forças específicas, grupos, instituições, corporações e até mesmo indivíduos, nós vamos nos tornar não apenas vítimas, mas também cúmplices do fim iminente. As alegações de que "tudo não é tão ruim”, "antes era pior”, "de alguma forma tudo vai ficar melhor”, etc, é uma forma deliberada de sugestão, hipnose, destinada a acalmar os resquícios de consciência livre, independente e análises sóbrias. A oligarquia global não pode permitir que os vassalos da elite global ousem pensar de forma independente, sem referência aos seus secretos e sorrateiros padrões impostos. Essa elite não age diretamente, como nos regimes totalitários do passado, mas sutilmente, insidiosamente, produzindo seus dogmas por certo e até mesmo como uma livre escolha de cada pessoa. Mas a dignidade humana consiste na capacidade de escolher e escolher especificamente entre dizer "sim" ou "não" à situação atual.
2. O que é, nesse caso, o mundo correto, a desejada ordem mundial? Qual é a plataforma padrão a partir da qual se estima o existente como uma patologia? A imagem do mundo normal de diferentes forças, pari passu discordante com a situação atual pode ser muito diferente. E se você se aprofundar nos detalhes dos projetos alternativos, as controvérsias inevitavelmente surgirão no campo dos apoiantes das alternativas globais, a unidade será abalada, a sua vontade de resistir será paralisada, a concorrência de projetos irá prejudicar a consolidação de forças, a qual é necessária para resistir. Assim, um mundo normal, um mundo melhor, deve ser discutido com o maior cuidado. No entanto, existem alguns princípios absolutamente evidentes e pontos de referência, os quais dificilmente podem ser questionados por ninguém na mente certa. Vamos tentar encontrá-los.
III - O normal e o melhor estado da existência humana não é a fragmentação e degradação em indivíduos atômicos, mas a preservação de estruturas sociais coletivas, mantendo a transmissão da cultura, conhecimento, línguas, práticas, crenças. O homem é um ser social e é por isso que o individualismo liberal é destrutivo e criminal. Nós temos que salvar a sociedade humana a qualquer custo. A partir disso conclui-se que a orientação social deve prevalecer sobre o liberal individualista.
Parte 3. Revolução imperativa
1. Contra a ordem existente, percebida como um mal intolerável, como a patologia e a situação, a qual conduzirá inevitavelmente à catástrofe e à morte da humanidade, é necessário propor uma alternativa ideal, o padrão, esse projeto, o qual não existe agora, mas que deverá existir. Mas a oligarquia mundial não vai desistir de seu próprio poder sob quaisquer circunstâncias. Seria ingênuo pensar o contrário. Assim, a tarefa é deslocá-lo de suas mãos, para arrancar o poder, para tomá-lo através da força. Isso pode ser feito somente sob uma condição: se todas as forças, insatisfeitas com a situação atual agirão em conjunto. Esse princípio da ação conjunta é um fenômeno único da história recente, que se tornou global. A oligarquia global define sua posição dominante a nível planetário. Sua natureza global não é uma qualidade secundária, mas reflete a sua essência. Essa oligarquia mundial ataca todos os povos, nações, estados, culturas, religiões e sociedades. Não algum tipo, não alguns regimes, não quaisquer determinados objetos de ataque selecionados.
Parte 4. A Queda do Ocidente: os Estados Unidos como um país do mal absoluto
1. As origens da situação atual jazem profundamente na história do Ocidente e nos processos sócio-políticos, que estão ocorrendo nessa parte do mundo. A história da Europa Ocidental levou suas sociedades ao ponto, em que gradualmente o individualismo, o racionalismo e o materialismo reducionista começaram a dominar, e na sua base o capitalismo formado e a burguesia tornaram-se triunfantes. A ideologia do liberalismo tornou-se uma expressão máxima do sistema burguês. Exatamente essa linha ideológica, filosófica, política e econômica levou à situação atual. Nos tempos de modernidade, a Europa foi o berço da civilização liberal materialista, a qual impôs isso aos outros povos da terra através da sua política colonial imperialista. Com isso as formas mais abomináveis de coerção foram utilizadas: por exemplo, no século XVI os europeus recriaram a instituição da escravidão, que deixou de existir há milhares de anos sob a influência da ética cristã. Os europeus voltaram-se para essa prática repugnante no momento em que o Ocidente começou a desenvolver a teoria do humanismo, o livre pensamento e a democracia. A escravidão, portanto, foi uma inovação do capitalismo e da ordem burguesa. O sistema burguês foi instalado em colônias europeias, em algumas delas ele teve uma expressão mais consistente e viva, trazendo o conjunto democrático burguês a um final lógico.
Parte 5. Prática de Guerra
1. A oligarquia global usa conflitos convenientes, divide e incita seus inimigos uns contra os outros. Ela participa de guerras agressivas, as provoca e continuará a agir assim no futuro. A questão não é: lutar ou não lutar, nós seremos forçados a lutar em qualquer caso. Hoje é mais importante o como lutar e com quem? A guerra é uma parte inevitável da história humana. Todas as tentativas de evadi-la na prática levaram apenas a mais guerras, cada vez mais violentas que as anteriores. Assim, o realismo nos compele a tratar a guerra de modo equânime e imparcial. A humanidade fez guerras, as faz agora e as fará até seu fim.
Parte 6. A Estrutura da Aliança Global Revolucionária
1. A pauta da nova revolução mundial deve ser a contra-elite mundial. Essa contra-elite destina-se a formar a Aliança Global Revolucionária (AGR) como cristalização dos esforços para atividades perturbadoras subversivas revolucionárias que mirem a demolição do atual sistema global e a queda do poder da oligarquia global e sua comitiva. Essa Aliança Global Revolucionária deve ser um novo tipo de organização, própria às condições do século XXI. Nenhum partido, movimento, ordem, loja, seita, comunidade religiosa, grupo étnico ou casta – como formas coletivas de eras anteriores – deve servir de modelo para sua estrutura.
A oligarquia global incita maliciosamente um grupo contra outro para distrair ambos da luta contra ela mesma. Por isso apenas tais grupos (os enormes, como portadores de particular religião global, e os pequenos, como associações separadas de cidadãos em uma plataforma comum) devem ser escalados para a Aliança Global Revolucionária, que claramente sabem do fato que em qualquer confronto local e regional o principal inimigo está na maioria dos casos escondido, como sua oligarquia global e para derrotá-lo, se necessário, devem se unir até mesmo com seus piores inimigos (a nível local), se estão também orientados contra a oligarquia. Os que desafiam esse princípio agem nas mãos da oligarquia global, e podem ser culpados nisso com todos os motivos de acusação. Nessa esfera também não se pode confiar na mídia de massa global, desacreditando certas organizações políticas, nacionais, ideológicas ou religiosas, que se satisfazem com a oligarquia global: de certo toda informação sobre estes será cientificamente falsa, e acreditar nela deve ser considerado um erro, se não um crime. Os que são denegridos pela mídia global, são quase certamente os mais dignos grupos políticos, religiosos, ideológicos, e sociais que merecem o apoio da Aliança Global Revolucionária.
Isso deve ficar conosco, e deve ser completamente alheio É necessário avaliar essas pessoas por extensão e efetividade de sua resistência, sua subversividade, destruição para com o atual status quo. Se esse nível é bom, eles merecem um total e indubitável apoio. E novamente nesse caso deve ser um engano, até mesmo um crime aceitar informações detratoras, que são produzidas contra eles pela mídia oligarca globais e satélites nacionais. Se a oligarquia põe uma pessoa em particular na lista negra, a Aliança Global Revolucionária deve simplesmente apoiá-la. Na maioria das vezes tudo o que é alegado sobre essa pessoa pode ser uma mentira deliberada do começo ao fim. Mas isso não importa – se todas as insinuações globalistas eram verdade, não muda nada – vivemos sob uma lei marcial e o herói é aquele capaz de infligir maior dano ao inimigo, não alguém que seja exemplo moral ou tenha outras qualidades, crucial para a estima social humana em tempos de paz. Um revolucionário tem sua própria moral: é a eficácia e sucesso de sua luta contra o despotismo mundial.
3. Seja qual for os motivos que fazem certos poderes rejeitar o status quo e desafiar a oligarquia, a globalização, o liberalismo e os Estados Unidos, eles devem ser, em todo caso, trazidos à aliança. O resto será decidido após a vitória sobre o inimigo e o colapso da nova Babilônia. Esse é o princípio mais importante que deve ser tomado por base da Aliança Global Revolucionária. A oligarquia global baseia seu poder no fato de que projetos de forças revolucionárias alternativas diferem de uma zona para outra, de uma sociedade para outra, de uma confissão, ou mesmo dentro de linhas confessionais, para outra, de um partido para outro, e finalmente, de um atuante para outro. Essas contradições de objetivos afrouxam ao máximo a campanha dos oponentes do status quo, e assim, criam condições para exclusiva dominação da elite global.
Parte 7. Imagens do Futuro: a Dialética das Múltiplas Normas
1. O futuro só será possível se conseguirmos destruir o mundo existente e fazer a norma uma realidade. Cada segmento da Frente Anti-americana, cada elemento da Aliança Global Revolucionária tem sua própria visão de futuro, sua própria norma. Deve-se supor que estas imagens e estas normas são diferentes, díspares, e até mesmo mutuamente exclusivas. Mas esta circunstância será importante apenas se essas normas e as imagens do futuro são realizadas como algo universal e obrigatório, algo que é exclusivo e exclui todos os outros imperativos comuns a toda a humanidade. Neste caso, a divisão no seio da Aliança Global revolucionária é, mais cedo ou mais tarde inevitável, e, portanto, sua atividade está fadada ao fracasso em algum momento. Os muçulmanos, ateus, cristãos, socialistas, anarquistas, libertários, conservadores, fundamentalistas, sectários, progressistas, ambientalistas, ou tradicionalistas dificilmente vai se darão bem uns com os outros, se eles tentam espalhar a sua visão do futuro para os seus vizinhos, e consequentemente, a toda a humanidade. E a oligarquia global irá tirar proveito imediato disso, martelando uma barreira entre os adversários, que irá dividir a sua solidariedade e vai matar ou estrangular cada um individualmente.