Iran

Os precursores iranianos da Quarta Teoria Política

À época da Revolução Iraniana de 1979, apenas Fardid permanecia vivo do trio de Fardid, Al-e-Ahmad e Shariati. Porém, suas ideias exerceram uma influência definitiva sobre a oposição ao Xá Reza Pahlavi, a partir do qual governava um regime modernista e ocidentalizante, ajudado pelas forças repressivas da brutal polícia secreta SAVAK. A oposição popular e islâmica mobilizou milhões, culminando na expulsão do Xá. Após sua chegada no Irã, o próprio Khomeini visitou o cemitério, em que muitas das vítimas do Xá que haviam caído na revolução foram enterradas, para prestar tributo a seus sacrifícios. O “xiismo vermelho” do martírio havia conquistado uma vitória crucial. Após a Revolução, o Irã seria reconstituído, não nas bases das ideologias modernas do comunismo ou do capitalismo, mas segundo sua própria tradição islâmica. Em face das disputas por poder na Guerra Fria, o Irã traçaria um caminho independente, pressagiando a visão multipolar da Quarta Teoria Política. Ademais, o Irã eventualmente desenvolveria um programa nuclear, subjugando o poder da tecnologia à vontade do Estado islâmico, um desenvolvimento que Al-e-Ahmad certamente aprovaria.

Intelectuais como Al-e-Ahmad, Fardid e Shariati plantaram as sementes do poder iraniano, um poder baseado em sua essência histórica, em um mundo multipolar. Sua integração orgânica das antigas tradições de seu país com as ideias mais revolucionárias do século XX fornece um mapa para os partidários da Quarta Teoria Política. A obra de Fardid, Al-e-Ahmad e Shariati é um excelente exemplo do que deve ser feito em todo país que busca construir a base intelectual para sua libertação do globalismo ocidental, de modo a garantir seu futuro em um mundo multipolar. Eles mostraram o caminho para a renovação das grandes civilizações tradicionais em uma era de forças culturalmente destrutivas emanando do Ocidente.

Novo Horizonte: Irão reuniu intelectuais de todo o mundo

Durante três dias Meched recebe anualmente toda uma miríade de intelectuais, académicos, personalidades políticas e militares, cantores, escritores, cineastas, críticos de cinema que se tenham destacado nos seus campos por um posicionamento anti-sionista e anti-imperialista.
A organização afirma que os conferencistas devem estar dispostos a debater os diferentes aspectos dos ideários da humanidade e as realidades do mundo que não recolhem grande tempo de antena pelas instituições e meios de comunicação social mais convencionais ou de maior disseminação e influência.
A temática mais frequente lida com assuntos de âmbito mundial e regional, geopolítica do Médio Oriente e da Eurásia, a presença islâmica na Europa, a islamofobia, a irãnofobia e a discriminação em geral, a hostilidade institucional dos Estados Unidos da América para com a sua população afro-descendente, o lobby sionista, a política externa dos EUA, a cooperação Sul-Sul, os centros decisores da política ocidental, etc.