A Quarta Teoria Política e o Pós-Liberalismo
Muitas pessoas estão fazendo isso. Isso é como uma reação natural ou um reflexo de vômito. Se alguém nos alimentava pensamos voltar a essa comida que não nos adoecia. Agora só o liberalismo nos alimenta e estamos doentes por isso, e lembramos febrilmente o que era antes, tratamos de pensar em como eram as coisas outrora, como não estávamos adoecidos e como podíamos seguir vivendo. E alguém dirá: o fascismo não era tão ruim e era também uma alternativa ao liberalismo. E daí em diante.
De fato, aqui surge a Quarta Teoria Política. Se analisamos mais a fundo o que propomos contra essa globalização e o liberalismo, se propomos, desafortunadamente, o comunismo da segunda teoria política ou o fascismo da terceira teoria política, então não podemos propor nada mais contra o liberalismo.
Os liberais mesmos esfregam as mãos ao ver isso. Quando começamos a criticar a globalização, dizem que somos fascistas e comunistas. Quando começamos a explicar que há algo mais, dizem que não. "Está justificando o comunismo e o fascismo, vocês são só comunistas ou fascistas enrustidos! Vocês são fascistas enrustidos ou comunistas enrustidos!" Neste sistema da filosofia política da modernidade não existe o conceito de uma quarta. O significado da Quarta Teoria Política começa com essa suposição de que não existe, mas deveria existir. Ela é necessária para derrotar o liberalismo sem cair na armadilha do comunismo e do fascismo. Talvez possamos ir de novo pelo mesmo caminho e construir uma sociedade socialista e totalitária na qual haverá pouca liberdade, e cedo ou tarde virão os liberais e tudo voltará a se repetir. Podemos construir um Estado fascista em algum lugar, como se tenta na Ucrânia, até que as pessoas entendam que não há liberdade suficiente e que o racismo, o nacionalismo e o chauvinismo são repugnantes. E logo voltaremos ao mesmo liberalismo novamente.