“Hoje está claro: é a hegemonia do Ocidente liberal ou a Rússia soberana, soberana como civilização, como cultura, como sujeito. Agora só podemos responder à hegemonia com contra-hegemonia.“
George Sorel dividiu a política de seu tempo entre mitos e utopias. A utopia liberal transmutou-se consecutivamente ao longo de décadas até atingir um estágio de mutação para a distopia. Os projetos míticos modernos foram insuficientes para derrotá-la, o que nos traz ao novo momento e a construção do pluriverso.
O conflito no qual a Rússia se encontra hoje não é contra a Ucrânia, mas contra o Ocidente que construiu na Ucrânia uma Anti-Rússia pela fusão insólita entre liberalismo globalista e neonazismo russofóbico. Segundo o filósofo Aleksandr Dugin, para responder a essa ameaça a Rússia deve acelerar a multipolarização do mundo, único contexto no qual a Rússia poderia seguir sendo russa.
Ao tentar analisar os males do continente africano, é fundamental não esquecer de abordar as ideologias sobre as quais a África se alinha na tentativa de emergir no tabuleiro geopolítico.
Nos acostumamos a considerar os recursos tecnológicos contemporâneos como neutros, como meramente instrumentais, mas será realmente assim? A tecnologia tem dono? E, sendo este o caso, o que os povos que querem soberania devem fazer?
Um dos pontos centrais da questão ucraniana é se os ucranianos são uma etnia, uma nação, um povo ou alguma outra coisa. Afinal, qual é a relação dos ucranianos com os russos e como se deu a formação étnica e sociológica dos ucranianos. O professor Aleksandr Dugin aborda todos esses temas de maneira completa e definitiva.
É necessário enfatizar no tratado De Caelo de Aristóteles algo muito interessante. Aristóteles diz que há no cosmo dois centros e não um. O centro de gravidade não coincide com o centro anímico, da alma.
Infelizmente, a mídia de massa não informa absolutamente nada sobre as raízes geopolíticas do conflito ucraniano. Tudo é colocado em termos sensacionalistas e histéricos. Não obstante, é impossível entender esse conflito sem atentar para o projeto secular de cerco à Rússia para garantir o controle atlantista sobre o coração da Eurásia, considerado pelos primeiros geopolitólogos como chave para a hegemonia mundial.
É necessário enfatizar no tratado De Caelo de Aristóteles algo muito interessante. Aristóteles diz que há no cosmo dois centros e não um. O centro de gravidade não coincide com o centro anímico, da alma.
Provavelmente poucas pessoas prestaram séria atenção ao fato de que a Quarta Teoria Política, à qual aderi, presta a mais séria atenção às críticas ao fascismo. Mais marcantes são as críticas ao liberalismo e a rejeição do dogma marxista. Mas igualmente necessária é a rejeição radical não só do fascismo, mas até mesmo do Estado-nação.
Comecei a desenvolver a geopolítica há 30 anos. Quando a Rússia começou a se sentir parte da Civilização Global, do Ocidente Global, e todos estavam otimistas em se tornar parte desta Humanidade: Teoria dos Direitos Civis, Teoria dos Direitos Humanos, o Mundo Global. Entramos neste processo aceitamos a identidade ocidental, abandonamos a identidade soviética, esquecemos totalmente a identidade pré-soviética czarista e tentamos ser como todos os outros.
Informação e Realidade
A guerra é um choque de realidade. O que a precede e acompanha, via de regra, possui um caráter virtual e é, se não pura desinformação (de todos os lados), está perto disso. E é quase impossível captar estes tópicos e teses que correspondem à realidade da situação. Essas são as leis de correlação entre informação e realidade.
Russos e ucranianos não são inimigos. Longe disso. Na realidade, suas determinações contemporâneas entre “russos” e “ucranianos” por suas unidades nacionais são ilusórias. Dentro de uma perspectiva cultural e civilizacional, os dois “lados” são compostos por pessoas que compõe uma identidade comum, um ethos, uma visão de mundo.
Ser um demônio para o Ocidente pós-moderno e liberal é quase o mesmo que ser um santo para o resto do mundo, para todas as outras civilizações que contestam a universalidade da epistemologia liberal ocidental.
Como diz o filósofo e analista político russo Alexander Dugin, o mundo unipolar, a ideologia globalista e a hegemonia ocidental estão entrando em colapso, e os EUA não querem ficar de braços cruzados. Washington está disposto a tomar qualquer ação para impedir que isso aconteça. Assim, o problema da Ucrânia surgiu quando os EUA declararam uma "invasão russa iminente".
Após uma longa espera, muito sangue derramado e grande sofrimento, Donetsk e Lugansk tiveram sua independência reconhecida. As injustiças históricas da geografia do leste europeu começam a ser, aos poucos, corrigidas. Apesar do desespero ocidental e das elites ucranianas estarem em fuga não há nada garantido, mas o caminho parece pronto para a recuperação da Novorrússia.
Disparos são trocados no Donbass, entre tropas ucranianas e os rebeldes patriotas, conforme o conflito congelado há alguns anos volta a se aquecer, com rumores de guerra e uma propaganda mentirosa e belicista tomando conta de todos os meios de comunicação de massa. A Ucrânia, enquanto Estado independente, é uma anomalia histórica e eventualmente será necessário pensar uma solução definitiva para essa anomalia.
Ultimamente estamos testemunhando uma formidável ofensiva ideológica e informativa, incentivada pelos EUA e pelos centros de poder globalistas, contra a Rússia de Putin.
Para começar, gostaria de dizer que no platonismo há uma particularidade na semântica dos termos mais centrais. Nos termos que formam uma estrutura essencial da filosofia platônica. O momento central é precisamente a separação ou divisão entre mundo intelectual ou contemplativo e o mundo sensível ou perceptível, que podemos tocar ou perceber fenomenologicamente.
Antes de começar a falar sobre contra-hegemonia, devemos nos voltar para Antonio Gramsci, que introduziu o conceito de hegemonia no amplo discurso científico da ciência política.
O legado de José Julián Martí Pérez revela a imperfeição das ideologias que passaram a dominar no século XX e confirma a necessidade de criar uma nova teoria política.
A campanha anti-eurasiana que foi lançada nas redes sociais por nacionalistas russos (que coincide com o aniversário do professor Alexander Dugin) despertou meu interesse (embora eu não esteja muito feliz com o que está acontecendo).
Publicamos aqui um trabalho sobre um dos maiores pensadores da geração argentina dos 1900: Manuel Ugarte, “um pensador maldito da Pátria Grande” para as oligarquias latino americanas e o Império Anglo-saxão.
O caos não fazia parte do contexto da filosofia grega. A filosofia grega foi construída exclusivamente como uma filosofia do Logos, e para nós tal estado de coisas é tão normal, que nós (provavelmente corretamente do ponto de vista histórico) identificamos a filosofia com o Logos.
Podemos traçar um paralelo com o tema bíblico do aparecimento da serpente no paraíso terrestre. Parece que no Céu Adão e Eva habitam em bem-aventurança e abundância, mas mesmo neste mundo belo e fresco, as forças dos infortúnios futuros já estão se manifestando. Mesmo antes disso, ainda no alvorecer da Criação, quando a ordem é criada e todas as criaturas estão perto de Deus, o primeiro dos Anjos, das entidades de luz, dos espíritos tutelares, rebela-se e é lançado no abismo com seus sustentadores .
Hoje cumpre 60 anos de vida o professor Aleksandr Dugin, um dos maiores filósofos vivos hoje, arauto de um novo caminho filosófico que nega as trevas da decadência civilizacional globalista para anunciar a possibilidade de um novo renascimento dos povos, culturas e civilizações. Dugin, o filósofo mais perigoso do mundo, o único intelectual até hoje a sofrer sanções formais pelo governo dos EUA, deve ser estudado por todos nós.
Um dos filmes mais famosos da indústria cinematográfica soviética foi The Fate of the American Soldier. Neste filme, foram levantadas reflexões muito interessantes que giraram em torno da vida de um personagem heróico e corajoso que vivia em um ambiente intrinsecamente medíocre, pacifista e hostil a tudo o que representava.
O artigo examina as atividades dos eurasianos levando em consideração o clima político na Europa na década de 20-30 do século passado. Os estágios de atuação da organização eurasiana, adotados na ciência doméstica, são considerados a partir da posição de construção partidária. Tenta-se caracterizar o movimento eurasiano segundo os critérios dos partidos políticos.
O evento girou em torno do problema do legado dos primeiros representantes do movimento eurasiano, a importância de suas ideias filosóficas e políticas para os dias de hoje, a análise das ideias de Savitsky, Trubetskoy e outros pensadores importantes desse movimento, bem como os existência de movimentos análogos ao eurasianismo em outras partes do mundo e o problema do legado de Turán.
Dugin enfatiza que “é possível que nos últimos 100 anos nenhum outro paradigma tenha se mostrado correto e tenha uma visão tão acurada de nosso futuro como o eurasianismo, então este centenário de existência foi bastante fecundo”.
Os Elementos como símbolos dos estados múltiplos do Ser
Podemos utilizar os elementos como formas materiais, segundo autores antigos, para uma metáfora ontológica. É possível utilizar os elementos como representação dos estados do Ser (citando René Guénon). E isso se dá porque os elementos não são apenas tipos de matéria, de corporeidade, eles são coisas que possuem em si mesmas uma dimensão mais do que material, supramaterial, uma dimensão espiritual, metafísica.
O filósofo russo Alexander Dugin explicou o que é a contra-hegemonia nas relações internacionais, especialmente se levarmos em conta que esse problema pode ser visto diretamente refletido nos acontecimentos históricos. Dugin argumentou que, nesse sentido, Gramsci era muito mais visionário do que os marxistas soviéticos. Além disso, o filósofo russo diz que o principal problema que Gramsci nos deixou é o de desenvolver o próprio conceito de hegemonia.
Muitos aspectos de nossa sociedade podem ser criticados. E isto é bastante justificado. Mas de um ponto de vista histórico, o pior está na educação. E não se trata apenas de problemas técnicos, de financiamento, ou mesmo da falta de uma estratégia de desenvolvimento coerente. Trata-se ainda menos de pessoas específicas. O problema é muito, muito mais profundo.
A filosofia política sustenta que a ideologia nasceu antes da formação do Estado, isso significa que primeiro nasceu uma Idéia, que depois foi codificada até se tornar uma realidade política: uma ideologia. Esse processo daria lugar a certos objetivos que, segundo o modelo ideológico adotado, acabariam por se materializar nas estruturas do Estado.
O argentino Marcelo Gullo Omodeo não tem avós espanhóis, todos eles eram italianos, mas ele foi criado por uma tata de Salamanca, “uma avó por afeto”, que o ensinou a ler e escrever lendo Cervantes. Agora ele percebe que ela foi sua verdadeira educadora e está na origem de sua tentativa de desfazer a lenda negra espanhola.
Depois que a filosofia alemã, formalizada por Nietzsche e interpretada por Heidegger, foi reconhecida como o Fim da metafísica da Europa Ocidental, a localização seyns geschichtliche da “grande meia-noite” foi teoricamente cumprida. Mas isso significa que foi alcançado? Essa questão, em que a incerteza e as oscilações se revelam conscientemente, explica de muitas maneiras os paradoxos dos laços da Revolução Conservadora com a história do Terceiro Reich.
A unipolaridade, por sua vez, substituiu em 1991 um mundo bipolar baseado na competição entre dois sistemas mundiais: o capitalista e o socialista.
Depois da queda do bloco oriental e da ideologia comunista correspondente, o mundo ficou com um único pólo, o ocidental, e com uma única ideologia, o liberalismo. E também com um único modelo econômico: o capitalismo. Um pólo foi subtraído do sistema bipolar e o pólo restante tornou-se global.
Tenho que admitir que não interpretei o realismo especulativo de forma totalmente correta, começando com Quentin Meillassoux. Parecia-me como se em sua defesa do novo materialismo, sua luta do sujeito contra o sujeito, sua apologia da eventualidade, a proposta no âmbito da filosofia da Revolução Copernicana de deslocar o sujeito de sua posição central e de relocalizar para a periferia, que há algo arcaico em tudo isso, reminiscente do materialismo do século 19, do positivismo acrítico, até mesmo por sua crítica a Deleuze, a quem acusou de seus vários “vitalismos”.
O plano ontológico da imagem moderna do mundo
A estrutura moderna do conhecimento, cujos princípios foram estabelecidos no início da Modernidade, está voltada para uma rejeição consistente da hierarquia.Isso é mais claramente visto no nominalismo, que derruba a taxonomia ontológica que remonta a Aristóteles (indivíduo, espécie, gênero - individuum, espécie, gênero), em favor de uma equalização plana entre si de todas as coisas tomadas sob o modus hicceitas, “thisness”(Duns Scott).