Excerto da obra “Etnossociologia: as fundações”, de Alexander Dugin, sobre o conceito básico e fundamental de ethnos (etnose), como categoria eidética de uma profunda taxonomia etnossociológica.
Os participantes mais atentos da frente ucraniana notam a natureza peculiar desta guerra: o fator caos tem aumentado enormemente. Isto se aplica a todos os lados da OME, tanto às ações e estratégias do inimigo quanto ao nosso comando, ao papel dramaticamente crescente da tecnologia (drones e aeronaves de todos os tipos) e ao intenso suporte de informação online, onde é quase impossível distinguir o fictício do real. Esta é uma guerra de caos. Chegou a hora de revisitar este conceito fundamental.
A “Nova Direita” é um conjunto de movimentos intelectuais que surgiu em 1968 como uma reação à crise ideológica e ao fortalecimento da hegemonia liberal na Europa. Em 1968, os movimentos clássicos de “direita” estavam repletos de motivos ideológicos liberais, como a adoção do capitalismo, sentimentos pró-americanos e estatismo. Por sua vez, a agenda da “esquerda”, cujo núcleo era constituído pela oposição ao capitalismo1, também foi afetada por influências liberais. O igualitarismo, o individualismo, a negação das diferenças entre as culturas e o universalismo estavam tornando os movimentos de “esquerda” aliados e parceiros da doutrina liberal.
É evidente que a história da filosofia deve ser estudada a partir de um ponto de partida previamente determinado. Parece natural que tomemos automaticamente este como o momento contemporâneo. O momento contemporâneo significa o “aqui e agora”, hic et nunc. Este momento age como nossa posição de partida, como nosso “ponto de observação”, a partir do qual podemos examinar a filosofia como a história da filosofia. A história da filosofia se desdobra assim em nossa direção, rumo a nós. Isto diz respeito tanto ao tempo quanto ao lugar: a filosofia está historicamente situada entre suas “fontes” (por exemplo, os pré-Socráticos) e a posição no século XXI (em sua auto-reflexão filosófica). Como regra, este vetor temporal é mais ou menos reflexivo, daí porque a principal disciplina (axial) em todos os setores da filosofia é a história da filosofia. Em virtude da fixação neste vetor histórico-filosófico, adquirimos a possibilidade de participar deste processo, para consolidar nossa própria posição como “filósofo” em uma estrutura histórico-filosófica. Este é o nunc, o “agora”, o setor temporal no qual nosso pensamento é colocado, se ele quiser ser “filosófico”.
05.11.2022 - Antes das narrativas, vem a linguagem, a estrutura com que concatenamos a consciência e a presença pré-consciente do mundo. Para construir uma perspectiva genuína e soberana do mundo, é imperativo construir, reencontrar, nossa linguagem.
O 24º Conselho Mundial do Povo Russo com o tema “Ortodoxia e paz no século XXI” foi aberto por discursos de pessoas com grande significância para a Rússia: líderes espirituais, políticos, filósofos e estadistas. Todos chamaram à atenção a importância da criação de uma ideologia estatal para a preservação do Estado Russo.
24.10.2022 - O ano de 2022 fez a Europa ver a maior seca dos últimos 500 anos, com os níveis dos rios extremamente baixos. Os europeus voltaram a ver as “pedras da fome”, pedras submersas com marcações de nível de água que prenunciam a fome.
24.10.2022 - Há meses a Rússia deu início à Operação Militar Especial contra o Ocidente não somente pela sua soberania mas também pelo seu próprio direito de existência. A era das meias medidas e compromissos acabou.
17.10.2022 - A guerra com o Ocidente assume agora uma dimensão completamente diferente. É uma batalha espiritual entre o Bem e o Mal, e quando um guerreiro percebe isso no fundo de sua alma, ele luta de uma maneira diferente, e a sociedade se volta para a retaguarda, trabalha pela vitória, dá toda a sua força e vive no mesmo fôlego que os heróis defendendo sua liberdade. Esta é a lei da guerra sagrada, porque esta guerra tornou-se definitivamente sagrada.”
Publicamos a exposição de Daria Platonova Dugina, que trabalhava como pesquisadoras de Filosofia Política na Universidade Estatal de Moscou, durante 16ª Conferência Internacional “O universo do pensamento platônico”, em São Petersburgo, entre os dias 28-30 de agosto, 2018.
25.09.2022 - A guerra na Ucrânia atingiu um ponto decisivo, se já não decisivo o bastante após o 24 de fevereiro. O Ocidente contra-atacou, a Rússia avança. A manutenção do mundo que veio antes não é mais possível. Agora estamos diante de uma catástrofe, da aniquilação, ou da salvação. Ser ou não ser.
O século XX foi o século da rivalidade entre três ideologias. Alguns reinaram por vários séculos (liberalismo), outros por décadas ou anos (comunismo e fascismo). Mas seu declínio nos parece óbvio. Todas as três ideologias, filhas da filosofia da Nova Era, deixaram o espaço político. A era moderna chegou ao fim.
Daria Dugina nos oferece uma importante reflexão sobre a ppossibilidade de uma filosofia política neoplatonista, especialmente em Proclo: Como o procedimento de ascese à contemplação e o descenso à caverna possuem tanto um caráter teúrgico quanto político.
15.08.2022 - A modernização repentina de sociedades tradicionais gera uma espécie de esquizofrenia sociocultural na qual coexistem aspectos modernos e tradicionais em um mesmo Estado. É o caso da Rússia, onde um povo fundamentalmente arcaico tem que lidar com uma oligarquia atlantista e ocidentalista. Para a Rússia reconstituir seu Império terá que resolver este dilema.
13.08.2022 - A reconstituição da Novorrússia é já uma realidade. E isso significa a restauração do status imperial da Rússia. Mas esse status imperial não é dado por uma mera anexação à estrutura de um Estado-nação russa, pelo contrário isso se dá por uma superação da aberração iluminista-modernista do Estado-nação, sempre nivelador, e sua substituição completa pela figura política do Império integrador. Felizmente, o caso checheno mostra que a Rússia está bem encaminhada.
04.08.2022 - O conflito com o Ocidente levou à derrota da facção ocidentalista da elite russa. Os setores militares, diplomáticos e de segurança saíram fortalecidos. Agora, o povo russo deve aproveitar a oportunidade para aprimorar seus mecanismos de seleção de líderes.
05.07.2022 - O país [Nota da Tr.: Rússia] está em um estado muito peculiar nos dias de hoje. É como estar entre um passado que já terminou e um futuro que ainda não chegou, ou melhor, que chegou, mas ainda não foi realizado ou aceito. Estamos falando das questões mais fundamentais: a atitude da Rússia em relação aos processos globais e, acima de tudo, ao Ocidente Coletivo.
20.06.2022 - Chegamos em um ponto em que as elites russas foram encurraladas e mudanças radicais são extremamente necessárias. No entanto, não sabemos se essas mudanças serão o produto de uma “revolução vinda de cima” ou o resultado do colapso de todo o sistema. Afinal, os anos 90 ainda projetam sua sombra até agora.
04.06.2022 - Especialistas competentes em relações internacionais reconhecem unanimemente que o OME (Operação Militar Especial) é o acorde final e decisivo na transição de um mundo unipolar para um mundo multipolar.
27.05.2022 - A intensificação do papel da Polônia no conflito agrava o grau da guerra entre a Rússia e o Ocidente, civilização contra civilização. Teoricamente, existem duas soluções: concordar em dividir a Ucrânia, tentando tomar para si o máximo possível e permitir que a Polônia aja por conta própria e não em nome da OTAN; ou seguir até o fim sob o risco de o confronto chegar ao nível nuclear.”
25.04.2022 - A Rússia atravessou o Rubicão e agora não há como voltar atrás. Para a Rússia e para o mundo é impossível voltar à situação anterior. O mundo unipolar está no fim e a vitória russa abrirá o caminho para a multipolaridade. Mas o Ocidente seguirá lutando para manter sua hegemonia sobre boa parte do mundo, mesmo enquanto novos polos começam a surgir.
19.04.2022 - O apoio popular russo à operação militar na Ucrânia é imenso. Mesmo as elites russas estão surpresas com isso. Apesar dessas elites terem conseguido, em parte, preservar suas posições ao se dobrarem a Putin, elas segue inteiramente inaptas para o conflito e para a nova fase histórica na qual a Rússia estará entrando. Eles não têm mais como impor a paz ou mesmo impedir a vitória, mas farão de tudo para liminar o triunfo russo. São o que Dugin chama de “partido da derrota”.
11.04.2022 - A operação especial da Rússia na Ucrânia é um desafio ao mundo unipolar, seus resultados estabelecerão uma nova ordem mundial, acredita o filósofo e cientista político russo Aleksandr Dugin.