Você não pode pagar isso sozinho, devemos estar juntos, devemos ajudar uns aos outros e estar juntos, ficar juntos, defender diferentes identidades, podemos ganhar esta guerra, porque na Rússia temos a mesma guerra, há mais e mais pressão contra a Rússia, há uma guerra declarada contra a igreja ortodoxa, contra a ortodoxia russa, contra os nossos valores, os globalistas nos atacam dentro e fora, bem como em sua sociedade. A única solução é tomar, manter nossa fé em Deus e em nossos povos, em nossa cultura e trazer as pessoas se defendendo deste globalismo, ficar juntos que é o ponto principal.
Não precisamos apoiar o mesmo que nós, não devemos apenas ajudar as pessoas que compartilham totalmente a nossa opinião, e precisamos entender os outros. Os muçulmanos devem entender e fazer amigos cristãos, cristãos – muçulmanos, hindus, chineses, africanos, latino-americanos e ocidentais que, bem como eu disse, são a maioria das vítimas do globalismo. Temos de destruir o globalismo, temos de destruir estas elites maníacas fanáticas internacionais que tentam a qualquer preço impor os seus valores totalitários radicais, as suas potências económicas, os seus monopólios, o seu sistema de valores e cultura, as suas tecnologias. Devemos destruí-los e, a fim de fazer isso, devemos ficar juntos. Essa é a minha opinião.
A Quarta Teoria Política é a teoria que está se desenvolvendo em paralelo com a teoria do mundo multipolar.
A Quarta Teoria Política é a filosofia política que corresponde à teoria do mundo multipolar.
Quanto tempo você acha que o bloco da UE e a América do Norte podem durar? Como eles esperam dominar o mundo, quando eles mesmos minaram os fundamentos da civilização que controlam (através de escolhas perversas como o lockdown, a ideologia politicamente correta, a economia verde), enquanto o bloco eurasiático (e também estados importantes como o Brasil), respeitando as diferentes autonomias nacionais e reivindicando o direito dos povos à autodeterminação, está adquirindo cada vez mais estabilidade e credibilidade?
Numa perspectiva mais ampla, não será possível para o bloco americano e europeu competir na luta com a multipolaridade emergente.
Creio, entretanto, que ainda não chegamos ao ponto de não retorno. O mundo unipolar, ou seja, os Estados Unidos e a elite liberal européia, tem muitos meios à sua disposição: tecnológicos, políticos, sociais, técnicos, científicos. É por isso que o futuro está aberto.
É ponto pacífico que vivemos sob uma hegemonia global liberal. Mas o liberalismo de hoje não é idêntico ao liberalismo de Adam Smith e John Stuart Mill. Ainda que o liberalismo original tenha nos trazido exatamente até o liberalismo que conhecemos hoje, é importante compreender o que mudou no liberalismo e como o liberalismo moderno fez essa virada pós-moderna.
Quando reconhecemos em nós mesmos um desacordo cada vez mais cego com tal estado de coisas, corremos automaticamente para o passado, para aquele tempo em que o mundo e o humano eram realidades fixas e bem definidas. Ficamos fascinados e inspirados por tudo: a eclesialidade, a monarquia, o sovietismo, o nacionalismo e até a democracia em sua versão modestamente realista e inicial (industrial), onde ainda havia decisão e escolha, trabalho e salários, e riscos e leis para formar valor. Mas esta não é a saída, porque se algo - mesmo algo muito bom - desapareceu, isso significa que há algum tipo de significado superior nisso...
Sete anos atrás, em 2014, a Rússia cometeu um grave erro. Putin perdeu a oportunidade que lhe foi dada pelos acontecimentos após o Maidan, a chegada ao poder da junta de Kiev e a fuga de Yanukovych para a Rússia. Nosso presidente, que tinha sido bastante consistente em suas ações geopolíticas, não permaneceu fiel a seus princípios. Digo isto não ironicamente, mas dominado por uma dor muito profunda e sinceramente cheio de fúria.
A oportunidade que perdemos foi a criação da “Novorossiya” (Nova Rússia), da “Primavera Russa”, do “Mundo Russo”. O que deveria ter sido feito à época era o seguinte:
Para o Povo podemos defini-lo como: “o grupo humano organicamente estruturado, consciente de seu destino histórico, cujos componentes estão ligados uns aos outros por ideais comuns mais ou menos bem definidos” (Revisar definição de povo em Praxispatria). Esse povo desempenha um papel soberano e político, identificando-se como uma classe social, ou seja, a chamada “Classe popular”, combatendo o despotismo e a tirania, exercendo o direito de rebelião para consolidar a vida plena, para montar sua própria história. Daí a fórmula: “Contra o horror do tirano, do terror popular”. Este Povo ou Classe Popular, embora não seja exatamente o que o marxismo identifica como um proletariado, se está intimamente ligado a ele, porque o coração do Povo é a classe proletária, então também inclui os setores da pequena burguesia que tendem à proletarização.
Rússia e Cuba possuem uma longa história de amizade que precede a Revolução Cubana, mas que foi se aprofundando ao longo do século XX por conta da Guerra Fria. Agora, quando ambos os países seguem sob cerco dos EUA, não por razões ideológicas mas por razões geopolíticas, acadêmicos cubanos e russos organizaram uma conferência para debater os rumos das relações entre os seus países.
A vinda do Anticristo, neste sentido, está acontecendo agora. Não importa se acontecerá em uma semana, um mês, 10 ou 100 anos. Ninguém sabe quando o Anticristo virá, mas ele certamente virá, porque o sentido da compreensão cristã da história – em seu penúltimo acorde – assim o afirma. E a história cristã é um conjunto de afirmações lógicas: o Paraíso, a Queda, a luta entre os justos e os pecadores pela dominação da cultura, da sociedade e da época, e depois a salvação. Trata-se de uma perspectiva da história dos significados, não dos fatos.
Havia insatisfação da população relacionada ao descaso do poder central, que pouco investia na província. Algo vista com maus olhos levando em conta os benefícios económicos e estratégico-militares que a região proporcionou. A verdade é que não houve um amplo apoio popular como se imagina. Conforme vemos em Jungblut (2011), boa parte dos moradores das maiores cidades da província, como Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande, não aderiram em sua totalidade à revolução que se propunha. Porto Alegre, por exemplo, foi a principal base de sustentação contrária aos rebeldes. De acordo com Zago (2005) o rompimento com o poder central não ocorre na totalidade da província, onde várias regiões se mantiveram fiéis ao Império. Mesmo parte da elite local, a qual era dependente do comércio exercido com o centro, esteve fiel em virtude de seus interesses. Conforme Silva (2018) o sentimento de revolta realmente não era compartilhado pela maioria da população, menos ainda os setores das classes dominantes, mesmo que se tente apresentar como universal “uma insatisfação particular”. A respeito à adesão de minorias, se analisarmos que boa parte da população era de uma camada desfavorecida, muitos viram uma oportunidade de estarem livres das amarras e das injustiças vindas do poder central, em especial o escravo, que desejava liberdade. (CHIAVENATO, 1988; PESAVENTO, 1990).
O indígena aqui se desenvolvia e vivia a seu modo, não sucumbindo às adversidades que se apresentavam. O indígena era portador de uma adaptabilidade que povos tidos como desenvolvidos não obtinham. Ainda dentro deste contexto, podemos analisar como o indígena se relacionava com as espécies que se encontravam no mesmo ambiente. Freyre (1966) elucida muito bem a questão, nos apresentando uma intimidade interessante, quase “lírica”, na qual os animais não se encontram ali para fins de servir-lhes como alimento ou energia para o trabalho doméstico e agrícola, muito menos para fins ritualísticos. Conforme aborda: Teodoro Sampaio, que pelo estudo da língua tupi tanto chegou a desvendar da vida íntima dos indígenas do Brasil, afirma que em torno à habitação selvagem e ‘invadindo-a mesmo com a máxima familiaridade, desenvolvia- se todo um mundo de animais domesticados, a que chamavam mimbadá. Mas eram todos animais antes de convívio e de estimação do que de uso ou serviço: ‘Aves de formosa plumagem, como o guará, a arara, o Canindé, o tucano, grande número de perdizes (ianhambi ou iambu), urus e patos (ipeca), animais como macaco, o quati, a irara, o veado, o gato (pichana) e até cobras mansas se encontravam no mais íntimo convívio’.
Aceleracionismo (termo derivado da palavra aceleração) é uma tendência filosófica que intenta acelerar o curso da História (que, ao contrário do Tempo, é um conceito não-físico e, portanto, passível de ter sua velocidade modificada).
Em uma recente conferência realizada em Amsterdã, da qual participaram diversos filósofos (incluindo Žižek e Sloterdijk), os parâmetros da sociedade futura foram postos em exame. Houve um questionamento basilar: devemos acelerar a eclosão desta sociedade ou não? O futuro, neste caso, foi pressuposto nos termos do que eu chamo de uma desumanização: uma transição para uma nova forma de vida pós-humana, que nos faça encarar a humanidade atual como uma espécie imperfeita – tal como os macacos um dia o foram diante dos seres humanos. Muitos, então, sugeriram que deveríamos olhar para o homem tendo os robôs como parâmetro.
O Grande Despertar é a resposta espontânea das massas humanas à Grande Restauração. É claro que se pode ser cético. As elites liberais, especialmente hoje, controlam todos os principais processos civilizacionais. Eles controlam as finanças mundiais e podem fazer qualquer coisa com eles, desde a emissão ilimitada a qualquer manipulação de instrumentos e estruturas financeiras. Nas suas mãos está toda a máquina militar dos EUA e a gestão dos aliados da NATO. Biden promete reforçar a influência de Washington nesta estrutura, que quase se desintegrou nos últimos anos.
Quase todos os gigantes da Alta Tecnologia estão subordinados aos liberais – computadores, iPhones, servidores, telefones e redes sociais são estritamente controlados por alguns monopolistas que são membros do clube globalista. Isto significa que o Big Data, isto é, todo o corpo de informação sobre praticamente toda a população da Terra, tem um dono e mestre.
O sistema monárquico também foi uma construção. Ele se desenvolveu historicamente com base no fortalecimento do grão-ducal, então – o poder real. A adoção da Ortodoxia desempenhou um papel importante. Ao mesmo tempo, o próprio Estado foi repetidamente reconstruído pela elite dominante – tanto na antiguidade quanto em períodos mais próximos de nós. Portanto, a Rússia pós-petrina era significativamente diferente da Rússia moscovita e, por sua vez, da era mongol e do período pré-mongol. E a cada vez novas decisões eram tomadas sobre a construção do Estado, sobre a ideia dominante, sobre a ética dominante, sobre o lugar e o papel do povo russo na história.
O Grande Despertar é um termo usado espontaneamente por manifestantes americanos, com Alex Jones e todos os outros. Esse foi um conceito que nasceu recentemente, quando o povo americano se tornou mais consciente da verdadeira natureza demoníaca dos globalistas. Isso causou muita preocupação, em primeiro lugar, entre os americanos que pensavam que tudo estava indo mais ou menos bem. Eles viviam na ilusão de que democratas e republicanos nos Estados Unidos representavam a mesma face da democracia liberal. Mas o Grande Despertar mostrou a eles que algo muito diferente existia por trás do Partido Democrata e que eles foram os organizadores de um golpe de Estado orquestrado por globalistas, loucos e terroristas.
A vitória de Biden nos EUA deu à elite cosmopolita a melhor oportunidade possível para implementar a sua reforma do capitalismo global, o chamado “Grande Reset”. Devemos, portanto, analisar em que consiste esse projeto apresentado no Fórum de Davos pelos representantes dos setores mais radicais do capitalismo, e construir uma política de resistência ao Grande Reset.
A Quarta Teoria Política é um convite para buscar uma alternativa para este decadente liberalismo em declínio, que tentou ser a principal e única ideologia política do momento de Fukuyam em O Fim da História e o Último Homem (1992) até agora.
Depois do fim do comunismo e fascismo no século XX, o liberalismo se tornou a única ideologia política, que tentou ser um tipo de linguagem universal – algo totalmente imposto, com livre mercado, democracia liberal, parlamentarismo, individualismo, tecnologia, ícone cultural e ética LGBT+. Tudo isso foi tido como universal. E agora esse universalismo está acabando.
Ultrapassado o paradigma moderno do Estado-nação, a QTP põe os olhos sobre a simpatia entre as comunidades étnicas, cada uma tendo seu lugar natural no universo[10]. Dessa forma, dispensa-se o separatismo político-econômico para a defesa de tradições regionais, pois dentro de cada Estado-nação, como são exemplos paradigmáticos muito semelhantes entre si a Rússia e o próprio Brasil, há na QTP uma autonomia maior para a regulamentação administrativa por parte de cada comunidade em particular, de modo a permitir que cada comunidade governe a si mesma de acordo com seus próprios costumes, permitindo e proibindo costumes alógenos.
O mercado, assim, no nosso objetivo último, deve ser destruído, aniquilado, pulverizado. Todo esforço por domá-lo, sob a liderança de uma forte ditadura estatal e popular, deve tender, ao fim, à destruição dele. O desenvolvimento e a soberania, uma vez alcançados, não significariam aí o fim da missão de nossa utopia, mas apenas o alcance de um estágio inicial, que poderíamos juntamente de Marcelo Gullo chamar de insubordinação fundante realizada, concretizada. Este esforço desenvolvimentista existe para tomar o controle da situação e a partir disso, então, desenvolver uma verdadeira guinada para um novo paradigma, dessa vez político (de pólis) e, assim que possível, abandonar a economia enquanto realidade humana. A economia, em última instância, deve ser aniquilada enquanto atividade e ciência humanas, e dar lugar a um paradigma que se oriente pelo holismo da natureza, pela simbiose do homem com o mundo enquanto universo político em que o homem se vê como apenas uma pessoa dentre tantas outras pessoas presentes, incluindo aí o mar, o ar, a terra etc. A realidade de um pampa gelado em pleno inverno, onde se pode acampar com a prenda sobre as faíscas de uma fogueira, e diante do chiado de uma chaleira e sob o lusco-fusco do sol nascente ou poente, deve ser soberana acima de tudo, deve ter preeminência sobre os interesses de empresas mineradoras ansiosas por lucrar com a destruição alheia. A natureza tem tudo de que precisamos, e a preservação deste paradigma deve ser um dos elementos de nossa utopia.
A atitude em relação aos agricultores será sagrada. Toda a vida será adaptada de acordo com os agricultores. Tudo para os camponeses. A população será pastoralista e cultivadora. O trabalho agrícola, os grãos, as uvas, a panificação, os pães e os touros, as vacas, as ovelhas e as cabras serão elevados ao status de ideologia estatal. Vendo uma espiga de grão ou um burro, para não mencionar um agricultor ou pastor, todos os cidadãos da Platonópolis os acolherão com cânticos. À frente da humanidade estarão o Pão e o Vinho. Touros que falam com a Lua entre seus chifres servirão Pão e Vinho aos viajantes cansados.
O “Nacional Bolchevismo de direita” é baseado em uma razão: a vida de uma nação, um estado e um povo é um processo orgânico que sempre mantém seu centro intacto. Em todas as transformações dinâmicas - incluindo crises, revoluções e insurreições - existe uma dialética do “espírito do povo” que leva a objetivos providenciais, quaisquer que sejam os desejos e a vontade dos participantes diretos dos eventos. A nação permanece a mesma - como organismo vivo - nas diferentes etapas de sua existência, e até sua doença às vezes representa uma síndrome de renovação, um caminho de fortalecimento. A existência da nação é mais profunda e absoluta do que sua história sociopolítica.
A verdadeira luta começa agora. O medo que os democratas sentiram durante os protestos pacíficos no Capitólio será um lembrete para todos eles. Ver o simples povo americano - maioria despossuída, silencioso e “deplorável” - vindo ao Congresso - era a hora da verdade. E os deputados se esconderam nos bancos ... Verdadeiros “deploráveis” são esses covardes. Eles compreenderam neste momento maravilhoso que não estão mais seguros em lugar nenhum. Bem-vindo à nossa pele. De agora em diante, os democratas serão atacados em todo o mundo. Eles deveriam saber: nós os observamos exatamente como eles fazem; nós os seguiremos exatamente como eles fazem; vamos reunir informações e criar os dossiês sobre todos os democratas, globalistas e seus fantoches exatamente como eles fazem. A partir de agora qualquer conexão com os democratas e seus procuradores será considerada como fato de colaboracionismo e de participação no crime contra a humanidade. Eles mataram milhares e centenas de milhares fora dos EUA. Mas o mal não reconhece os limites. É sempre baseado em hybris. Então eles próprios começaram a matar americanos . Ashley Babbitt é apenas o começo. Eles estão planejando o verdadeiro genocídio dentro dos Estados Unidos desta vez. E isso já começou.
O primeiro povo indo-europeu a emergir historicamente foi o trácio. Os trácios desceram aos Bálcãs antes dos eslavos, por volta de 1200 a.C, estabelecendo uma espécie de império tribal, inicialmente nos Bálcãs do norte, para então ocupar aproximadamente a grande área da Europa Oriental. O que é importante notar é que os territórios nos quais a civilização trácia se expandiu eram os centros ou pólos da civilização da Grande Mãe – Lepenski Vir, a cultura de Vinča, a cultura Karanavo-Gumelnita e a cultura de Cucuteni-Tripiliana, etc. – que passaram a constituir o substrato do horizonte existencial trácio. Aliás, não podemos dizer com certeza que os trácios foram os primeiros povos indo-europeus a aparecer nesses territórios, mas eles são os mais antigos dos quais temos conhecimento.
O “campo de batalha” dos dois espaços existenciais – paleo-europeu e turânico – cria um novo tipo de estrutura, um ponto de encontro, uma terceira estrutura para sermos precisos. No sentido mais autêntico, o Logos de Apolo é representado pela sociedade nômade turaniana; Da mesma forma, o Logos de Cibele, na sua forma mais pura, é representado pela sociedade agrícola, sedentária e matriarcal da “Velha Europa”. Mas, a partir do encontro desses dois espaços existenciais, cria-se uma nova dimensão, que constitui precisamente o campo de Dioniso, onde o conceito patriarcal do homem desce às profundezas da matéria. O que pertence ao céu desce à terra e alcança o centro da terra. Dioniso torna-se assim senhor do Inferno como Zagreus.
Trakl, leitor tanto de Hölderlin quanto de Nietzsche, e muito influenciado pelas figuras de pensamento deste último (o mesmo do caminho para cima e para baixo, para além da dicotomia dos valores supremos de Bem e Mal, o eterno retorno, a hora mais silenciosa, e, por fim, esta do "Dioniso, o Crucificado") criou um contraponto à ditirâmbica dramatização de Hölderlin da Saga do Deus Dioniso, conduzindo o seu Poeta, nomeadamente a personagem Élis, pela via da dramatização do percurso celeste do Deus Hélio, e, isto, precisamente, rumo à madrugada da hora mais silenciosa, figurada pelo Pensamento de Nietzsche. Em Trakl, o Crucificado não é assimilado no Deus Dioniso, mas sim no Deus Hélio, em sua rota para o Ocaso. Com esse contraponto, o Poeta dissolve de todo na linguagem poética a dicotomia Dioniso-Hélio, isto é, escuridão-claridade - este Deus tem que marchar para a madrugada de sua hora mais silenciosa e aquele tem retornar, isto é, renascer na hora mais clara.
No mundo exterior eu me tornei quase imperceptível e sem muito o que mostrar; apesar disso tudo, essa moça – no que não pode ter sido uma decisão racional – atendeu minhas preces ao acreditar em mim. Como no poema unicórnio de Rilke, das Tier, das es nicht gibt, ela cedeu espaço para algo emergir. Na sinistra escuridão da minha mina de carvão eletrônica, ela se tornou meu uno raio de luz espiritual; a criança-estrela transformando minha prisão em Avalon, onde passamos um curto verão e Natal como rei e rainha. Com ela, tudo era experimentado na trajetória entre nós, e não mais na solidão despropositada. Agora, no fim da história, o mundo inteiro, com toda sua poesia, filosofia, música, histórias, aleatoriedade, miséria e loucura, estava à nossa disposição; um local de possibilidades, sementes, no qual podíamos escolher os materiais para a construção de um novo mundo. Havia uma pureza em nossa interação transcendendo nossos entes condicionados, uma força excessiva, testemunhando nossa presença – ao longo do tempo – através de novas revelações.
A Armênia se aproximou da Rússia nos anos 90, jogando habilmente com a confusão de Moscou durante o golpe liberal de Ieltsin para seus próprios interesses. Os armênios assumiram os territórios de Nagorno-Karabakh e 7 regiões adjacentes, consolidando isto com uma paz rápida com a Rússia, lançando a antiga Baku pró-russa no campo oposto (GUAM). Esta linha também continuou sob Putin. Mas sob Putin, começou uma aproximação gradual entre Moscou e Baku. Em paralelo, o Azerbaijão estava recuperando seu potencial e a situação na Armênia, que permaneceu aliada da Rússia, membro da União Eurásia e da CSTO, ficou, de modo geral, estagnada.
Enquanto o clã Karabakh (Kocharian, Sargsyan) estava no poder em Yerevan, o equilíbrio de poder sobre Karabakh era sensivelmente ouvido, e a Armênia, defendendo seus interesses, nunca foi longe demais nas relações com Moscou. Os armênios evitaram fazer concessões sobre a questão de Karabakh, mas participaram de negociações.
Nossa tradição é essencialmente dupla: formalmente somos indo-europeus a parte “diurna” de nossa sociedade é caracterizada por uma estrutura vertical e patriarcal – mas secretamente, na parte “noturna” vive o horizonte existencial da Grande Mãe, do matriarcado, que se manifesta na sociedade pacifista e democrática. Nossa identidade como povos indo-europeus deve ser considerada essencialmente dupla. Sem o reconhecimento desse segundo nível pré-indo-europeu, não poderíamos explicar nada sobre a sequência histórica de nossa civilização, uma vez que a história européia, como a indiana e a iraniana, se baseia na luta contínua entre esses dois Logoi.
Os eurasianistas nunca foram materialistas. Nesse ponto, eles estiveram em oposição às principais correntes da ciência moderna. No entanto, para eles era ao mesmo tempo importante não só afirmar a prioridade dos elementos e princípios eternos – daí a principal tese eurasiana de ideocracia, a ideia vigente, o reinado das ideias – mas insistir na percepção do mundo, da política à economia, da religião à ciência, como permeado por ideias. Petr Savitsky insistiu no conceito de “localidade” ou “topogênese” (mestorazvitie). Trata-se da conjunção entre espaço físico e a continuidade dos significados históricos, semântica e eventos. O território é inextricavelmente conectado com a história, e a história é a continuidade de ideias revelando uma única imagem da eternidade monumental que se desdobra através da humanidade e sobre seu caminho espiritual no tempo.
O Tradicionalismo moderno é, claro, mais adequado que a profana filosofia acadêmica e mais próspera que a Pós-modernidade. Mas todos os sinais de transformação do Tradicionalismo em uma convenção, rotina, “escolasticismo”, de seu arrefecimento consciente de qualquer movimento vivo da alma ou do coração, são gritantes. Aqui descobrimos que o Perenialismo é um construto e sempre foi. O apelo de um Tradicionalista na direção de uma Tradição existente nada decide, assim como a reverência de Platão aos deuses paternos não exauriram sua filosofia.
A relação entre um brâmane e um xátria não é, portanto, uma coisa tão fácil. Esta linha complexa e ambígua das relações brâmane-xátria é descrita com mais precisão, em minha opinião, por Guénon, que se opôs a Julius Evola. Mas Evola também deve receber crédito pela coragem puramente guerreira com a qual ele fundamentou o modelo xátrio-cêntrico, e que por sua vez enriqueceu substancialmente o tradicionalismo. Mas todos aqueles que estão diretamente relacionados com o aspecto corporal, com a área da luxúria, deveriam estar no terceiro andar. E os trabalhadores devem ter uma vantagem neste terceiro andar: senhores sagrados de casas, de famílias, de fazendas, de loteamentos, de campos e de gado. Trabalhadores livres, camponeses livres - eles são a própria base da sociedade tradicional. Os guerreiros estão acima deles, e os filósofos estão acima dos guerreiros. Mas, novamente, cada "acima" é sempre diferente. Como no corpo: acima do fígado, baço e estômago está o coração e os pulmões, e acima deles está a cabeça. Tal modelo somático de pessoa forma a base de uma sociedade sagrada trifuncional.
Ação e contemplação sintetizam as posições que ambos os intelectuais assumem diante da história e que fazem divergir a direção de sua própria existência. Ambos, no entanto, realizam sua cruzada contra a tirania do tempo e o progressismo histórico para se reintegrarem ao atemporal do sagrado. Não devemos descartar, porém, a impressão literária de Gómez Dávila simplesmente como passividade e renúncia, o fato de eternizar sua denúncia já representa uma ruptura de transgressão política. A diferença de ambos talvez possa ser compreendida pelos contextos históricos em que se enquadram as suas biografias. Gómez Dávila sofreu o peso de "uma época sem fim previsível", um "lugar sombrio da história" que determinou seu pessimismo e o condenou a "se resignar a olhar com paciência as soberbas humanas", esperando para "agir somente quando a necessidade for derrubada". Sua projeção é dirigida à transcendência que palpita e chama dentro de cada homem.
Eu simplesmente abomino a filosofia analítica e positivismo racional, além de considerar o materialismo, individualismo e abordagem analítica da consciência como formas de doença mental.
Creio ser suficiente para compreender porque sou chamado por eles de “o mais perigoso filósofo do mundo”. E isso explica perfeitamente todos os cancelamentos, deplantações, demonizações, marginalização, caricaturas,
Antes de Trump, parecia que os Estados Unidos eram apenas zonas costeiras. Trump deu voz ao Heartland americano. Assim, o centro vermelho dos EUA foi ativado e entrou em ação. Trump é o presidente desta “segunda América”, que praticamente não está representada nas elites políticas e não tem quase nada a ver com a agenda dos globalistas. Esta é a América das pequenas cidades, comunidades e seitas cristãs, fazendas ou mesmo grandes centros industriais, devastada e desolada pela deslocalização da indústria e pela mudança de atenção para áreas com mão-de-obra mais barata.
Esta é uma América abandonada, traída, esquecida e humilhada. Esta é a pátria dos deploráveis, verdadeiros nativos americanos – americanos com raízes, não importa se brancos ou não brancos, protestantes ou católicos. E esta América do Heartland está desaparecendo rapidamente, cercada pelas zonas costeiras.
No coração da expansão da “nova Rússia de Putin” está a hipótese de que a Rússia é uma civilização distinta do Ocidente, uma idéia familiar aos que leram “Limonov”, a biografia de sucesso que o francês Emmanuel Carrère publicou em 2011 sobre o escritor e político russo Eduard Limonov (1943-2020). Foi junto com este personagem exótico que Aleksandr Dugin fundou, em 1992, o Partido Nacional Bolchevique, cuja dissolução conflituosa levaria o futuro conselheiro presidencial a criar o Movimento Eurasiático em 2001. Sob uma forma ou outra, a premissa do eurasianismo é a mesma: sobre os traços do fracasso da União Soviética e as idéias de filósofos como Martin Heidegger e Carl Schmitt, a Rússia deve aspirar a preservar, proteger e liderar, com uma perspectiva imperial, uma identidade comum entre a diversidade de países, grupos étnicos, comunidades, religiões e até mesmo Estados sob sua influência na Europa Oriental e Ásia. Em um mundo dividido em civilizações, portanto, a “civilização terrestre eurasiática” liderada pela Rússia seria a melhor opção para se defender contra o imperialismo da “civilização marítima atlântica”, liderada pelos Estados Unidos e seus aliados.
No platonismo, há um domínio absoluto da luz. Ela desce saindo da fonte, atinge o ponto mais baixo e mais escuro, o ponto mais distante, a terra, e depois retorna placidamente e feliz à sua origem. Não há nada que possa se opôr à luz. Em outras palavras, nada pode se envolver seriamente na batalha contra o céu, contra Deus, contra o Sol. Existem algumas forças de baixo, da terra, que tentam nos manter aqui, impedindo nossa morte, impedindo o “retorno”, mas na concepção platônica elas adquirem uma importância secundária e podem ser facilmente conquistadas recorrendo à tradição ascética, seguindo a disciplina, as ordens, integrando-se na sociedade heroica, abraçando a παιδεία (paidéia), o caminho educacional da Grécia antiga que nos ensina como “retornar”. O sistema educacional na sociedade platônica não consiste apenas na obediência formal, mas na aceitação interna da ordem e no seguimento da tradição, tornar-se homens e mulheres indo-europeus em todos os aspectos, para poder percorrer o caminho vertical do “retorno”. Nesta concepção, não há lugar para o conceito de mal. Como afirmam os platonistas, o mal corresponde a uma condição de diminuição do bem; não existe mal em si mesmo. Se o bem é a origem, o sol, o céu, Deus, o mal é a distância em relação ao bem e corresponde a uma espécie de teste para a alma, uma experiência que tenta colocar obstáculos em nosso caminho para o “retorno” a nós mesmos.
O que estamos discutindo agora não é algo abstrato. Por exemplo, ao escrever e publicar o volume da Noomaquia dedicado ao Logos norte-americano, segui precisamente o caminho do etnocentrismo comedido. Você pode imaginar qual é o meu relacionamento com a cultura norte-americana: eu simplesmente a odeio. Lidar com isso foi um verdadeiro desafio para mim. Se eu tivesse escrito uma crítica ao imperialismo americano do ponto de vista russo, o resultado teria sido caricatural, teria escapado da esfera da Noomaquia e não teria alcançado uma descrição do Logos norte-americano. Em vez disso, cavando nas profundezas do Logos norte-americano, descobri coisas completamente diferentes, totalmente estranhas para mim, e comecei a entender. Eu não o aprovo, mas agora eu entendo ele, e eu entendo de onde vem a mentalidade e o comportamento daquele povo: em seu titanismo, em sua criação de uma civilização artificial pós-tradicional, na sua tentativa de construir uma espécie de sociedade americana em escala global, essas são consequências do seu Logos, que se baseia no universalismo desde o início. Repito, não aprovo tudo isso, mas isso é perfeitamente lógico. Existe um mundo americano, e há um Logos do mundo americano que identifiquei na filosofia pragmática – uma filosofia muito particular, muito diferente da filosofia européia, baseada na inexistência do objeto e do sujeito, uma filosofia muito interessante – a partir do qual logicamente tudo se segue.
O Estado-nação moderno é um deus político de acordo com Hobbes e dentro da estrutura da ciência política clássica.
Há também deuses globalistas com o rosto de bruxa de Hillary Clinton, ou que participam de desfiles de orgulho gay e eventos feministas, ou Soros. Eles são os verdadeiros deuses da globalização: eles dizem o que é politicamente correto e o que não é, eles tomam suas próprias decisões sobre o que é aceitável e o que não é. Os deuses do liberalismo vivem em uma religião liberal. E este culto tem um grande rebanho, desde um programador até o chefe do Sberbank. O usuário médio também está sob sua hipnose.
Os deuses podem ser diferentes e, de fato, existe um "deus do computador": este é o próximo nível. Um deus com a cara de Zuckerberg ou Macron. Quando olho para Macron, ele me lembra de um cortador de grama de última geração, ele é feito de elétrons, as lâmpadas acendem e apagam. Mesmo se você olhar para seus olhos, parece que na íris você pode ver faíscas que piscam microscopicamente de vez em quando. Portanto, se Macron não é o deus da inteligência artificial, ele poderia ser o profeta de um deus eletrônico: ele ama tanto o futuro, iluminando com sua presença sem sentido um grande número de migrantes que mal entendem a gramática francesa. Curiosamente, na véspera das eleições na França, o jornal "Liberation" saiu com uma grande manchete: "Faites tous ce que vous voulez, votez Macron! Esta é a lei principal da seita "Thelema" de Aleister Crowley: "Faz o que queres, esta é a lei!" Aí está o Macron!
Buscas assentadas neste desvio estão fadadas ao fracasso, pois tudo aquilo que não aponta altivamente para o Eterno, para o Bem e para o Belo, isto é, para a transcendência que nunca deixa de ser equilíbrio perfeito – e incessante busca pelo refinamento deste – culmina em antropofagia metafísica, refletindo na afirmação por meio de uma negação cartesiana radical, findando no niilismo.
A adesão da Bielorrússia à Rússia (especialmente em seu estado atual) não é uma opção. Nem para os bielorrussos, nem para Lukashenko, nem para Putin. Todos precisam, se não o Ocidente (e este definitivamente não é o Ocidente), de algo novo – com futuro, com esperança, com significado, com horizonte. A melhor coisa é um Estado radicalmente novo – a União Continental. Com uma ideia, com a justiça, com a vida, com o espírito e o triunfo do elemento nacional. E a Ucrânia deveria ser convidada a ele – não para entrar na Rússia com suas monstruosas elites, oligarcas e canalhas, mas para criar um novo Estado – baseado nas três identidades russas: Rus de Kiev, Rus de Polotsk e Rússia Moscovita de Vladimir. A dimensão euro-asiática acrescentará o Cazaquistão e o resto dos países e povos continentais que assim quiserem.
O Logos de Cibele é a idéia de que a Grande Mãe cria e mata tudo. Não é a eternidade (Apolo) ou o ciclo (Dioniso), mas algo que age à sua maneira, com poder cego e absoluto. Uma forma de progresso: crescimento de baixo para cima. Na ótica apolínea, Cibele lidera a batalha titânica das forças ctônicas contra o céu e o reino do Logos masculino de Apolo. O Logos cibelino é a criação de um novo mundo que é titânico, ctônico e, em certo sentido, feminista, não porque haja igualdade entre homem e mulher – uma idéia muito mais dionisíaca – mas porque existe o domínio absoluto da Mãe sobre todo o resto.
O que é IA? Esta é a humanidade sem Dasein. Mas o Dasein, muitos dirão, é uma pequena perda. Não está claro o que é, está em alemão, é vago e difícil, é o que horroriza em seu próprio fim. Bem, você não ficará horrorizado, porque o seu não terá fim, e daí? Segundo Heidegger, a essência do homem está em sua limitação, em sua finitude. Bem, não haverá extremos, o bom, o bem. Não haverá Dasein, e ao diabo com ele. Não haverá existência, e bem...
O acirramento das contradições e das tensões da sociedade estadunidense chegam a um ponto extremo, no qual se confrontam, hoje, uma América Cosmopolita e uma América Profunda. Em uma excelente análise do momento atual pelo qual os EUA passam, Dugin afirma que independentemente do resultado, o atual conflito político-social representa um alívio para o resto do mundo. Quanto mais os EUA tiverem que focar em seus problemas internos, melhor para o planeta inteiro.
O que o Black Lives Matter e a Antifa estão fazendo agora nos EUA é algo positivo. Eles mostram um pólo de uma nova identidade americana em sua forma completa. Esta forma é incompatível com a futura existência dos Estados Unidos da América como país forte e dominante. Totalmente incompatível.